domingo, 19 de dezembro de 2010

Maneco Leães

                                                       

  
Manoel Soares Leães,o Maneco, nasceu na cidade de Uruguaiana fronteira com Argentina, em 28/01/1923.

Filho de Heraclio Soares Leães, do Alegrete - RS, e Oraceli Crichel Leães de Itaqui - RS.
O piloto do Presidente João Marques Goulart, de quem foi amigo fiel, confidente e Procurador.
Casado com Odila Gema Barbisan Leães, de Passo Fundo - RS, desse matrimonio teve quatro filhos:
Dr.Paulo Ernesto Leães - médico Cardiologista.
Manoel Laquito Barbisan Leães - prof. de Educação Física.
Vera Regina Leães - Designer.
Ivan Leães - Analista de Sistema.

 REVOLUÇÃO de 1923 entre Chimangos e Maragatos.

Seu pai Heraclio Soares Leães, amigo de Oswaldo Aranha seu conterrâneo, e amigo de Flores da Cunha, de Santana do Livramento - fronteira com o Uruguai, a convite de Flores se engajou na força que tentavam manter Borges de Medeiros no poder.
  Borges de Medeiros promoveu Flores da Cunha - o tigre de Ibirapuitã a coronel, no início da revolução.
Após três meses de peleia, num momento de trégua, Heraclio Soares Leães, voltou a Uruguaiana - RS, para conhecer seu filho e registrá-lo  e depois voltando para lutar a comando de João Rodrigues do Alegrete -RS, que seria padrinho de Maneco.


                                Tenente Rodrigues (E), capitão Fagundes (C), e Heraclio Soares Leães.

   Fotografia tirada na Estância da Serra, na Serra do Caverá, nos dias, 29 e 30 de Abril de 1923, depois do grande combate travado com as forças revolucionárias, comandadas por Honório Lemes, Gaspar Saldanha, Assis Brasil e o mais temível degolador Adão Latorre, que foi morto durante o combate.
   Depois de 11 meses de revolução entre chimangos e maragatos, em Dezembro de 1923, ocorreu a paz de Pedras Altas, município de Pinheiro Machado, no castelo de Joaquim Assis Brasil, onde foi assinado o termino da revolução.                                                                                                                                    Heraclio Soares Leães ao retornar a Uruguaiana após a revolução, seu amigo Flores da Cunha o nomeou a trabalhar na Coletoria Estadual.

INFÂNCIA em URUGUAIANA.

 Maneco Leães passou seus anos de infância em Uruguaiana - RS, estudou nos colégios, União e Santana.


                    Maneco no pátio do colégio União,  no ensaio da banda para o desfile de 7 de Setembro.

     Seu primeiro emprego foi como entregador de pacotes da Agência da Varig, depois num Cartório de Registro Cível, e o seguinte foi no Banco Mercantil do Comercio.
  Incentivado pelo pai, Maneco se inscreveu para fazer o curso de piloto integrado com apoio da campanha "de Asas ao Brasil", dos Diários Associados, liderada por Assis Chateaubriand.

       Grupo de alunos da cidade de Uruguaiana - RS.
 
                            Em pé da esquerda para direita, Manoel Soares Leães.

As aulas práticas de vôo eram feitas no Aéroporto Santos Dumont, na cidade de Uruguaiana-RS. que cedeu para que o curso fosse realizado, Maneco aprende a pilotar com seu instrutor o sargento Eulasio Vieira Camargo, que o preparou de forma excepcional num mono motor de dois lugares, emprestado pelo Aéroclube do Rio Grande do Sul. 

  
        Instrutor sargento Eulasio V.Camargo (D),e Maneco.    

MANECO e família GOULART                                                                                                  Maneco de férias na capital gaucha, na condição de piloto, foi procurado por Cleberto Rocha, seu amigo e piloto de Jango, precisando levar dois aviões para família Goulart, o convidou para ajudá-lo a levar um dos aviões.
Coube a Leães levar o Cessna 140 de Ivan Goulart, Cleberto Rocha levaria o de Jango.


                                                      Maneco (E), e Cleberto (D).
                                                                                                                                                                 Foi assim o preâmbulo ente Maneco e Ivan Goulart, que precisava também de um Piloto.

           Ivan Goulart (E),e Manoel Leães (D),na fazenda Iguariaçá de propriedade de Ivan, no município de São Borja-RS.

  Assim Maneco continuou fazendo voos em companhia de Ivan, sobrevoando suas terras, que dessa forma a administração e controle das mesmas se tornaram mais rápidas e menos cansativa quando era percorrida a cavalo.
  Essa inovação pioneira daria aos irmãos Goulart de suas fazendas que os destacaram neste ramo de negócios.
  Sabedores, por exemplo, de que alguém desejava vender ou comprar algum gado eram os primeiros a chegar e propor compra e venda, além de identificar qualquer problemas nas suas pastagens ou cercas.
  Durante este período, tornaram-se grandes amigos, eis que, ao término de suas férias, Maneco precisava voltar a Passo Fundo-RS, pois teria que assumir seu emprego na Hidráulica.
  Ivan Goulart pede: Fica comigo Maneco! -Não posso perder meu emprego, respondeu!
  Desejoso de contar com o trabalho e companhia de Maneco, Ivan Goulart interferiu politicamente, pede ao seu irmão João Goulart, Ministro do Trabalho do governo Getulio Vargas, conseguindo sua transferência para São Borja-RS,  Maneco passou a exercer a função de gerente da Hidraulica.
  Seu pai Heraclio Soares Leães (Laquito), veio de Uruguaiana - RS, fronteira com a Argentina, visitá-lo e comprimentá-lo pelo êxito alcançado de vez que houve promoção de cargo, o que lhe deu muita alegria.

                   Na Hidráulica de São Borja-RS, Heraclio Soares Leães(D), Manoel Soares Leães (E).

  Assim, além das atividades na Hidraulica, associava de piloto, que desempenhava fora da hora do expediente de trabalho, inicialmente pilotando para Ivan Goulart.
Quando João Goulart- Ministro do Trabalho quando voltava para São Borja-RS, Maneco ficava a sua disposição e voava pra Jango quando precisava voar.

              Maneco na Granja São Vicente, propriedade do Ministro João Goulart, São Borja- RS.

  Maneco conta que o coronel Vicente Rodrigues Goulart, pai de Jango,era um homem muito rico. Com sua morte em 1943 deixou de herança uma fazenda para cada filho, cabendo para Jango a fazenda Rancho Grande no município de São Borja – RS.
Além de político e grande estancieiro Jango conciliava sua vida pessoal e profissional e determinando seus próprios negócios. Com experiência, tino no comércio de gado, e extraordinário talento para fazer bons negócios, foi proprietário de uma companhia de Taxi Aéreo São Borja e de uma emissora de Rádio Fronteira do Sul.
  Naquele tempo não havia boas estradas, elas eram de chão batido e quando chovia ficavam intransitáveis quando chovia. Ele adquiriu uma avião Cessna 140 monomotor  para sua locomoção, tornando suas viagens mais rápidas,e menos cansativas e deixando de percorrer longas distâncias de automóvel.
Admirador de carros, depois que pegou o gosto pelo avião, modernizava a sua  frota de automóvel e aviões sempre que eram lançados novos modelos.
Era o único fazendeiro a ter avião. Sabendo que em um município vizinho haveria arremate ou leilão de gado, Maneco e Jango iam de avião, enquanto os outros pecuaristas faziam o percurso de carro. Eram os primeiros a chegarem ao município: Maneco sempre o acompanhava e assessorava na definição dos negócios. Quando os pecuaristas começavam a chegar, eles já estavam voltando para a fazenda Rancho Grande e Jango já havia arrematado os melhores lotes de gado.
Em pouco tempo foi triplicando sua fortuna deixada pelo pai o coronel Vicente Goulart, tornando-se um dos mais ricos fazendeiros do município de São Borja.
  Manoel S. Leães ( Maneco), ao ter ótimo relacionamento interpessoal, ao tratar bem as pessoas e aos empregados é convidadado a participar de um churrasco no galpão da Granja São Vicente - São Borja.


                                   Maneco com os peões no galpão na Granja São Vicente - São Borja.

 Tempo depois acontece o episódio mais triste de sua vida, quando ficou sabendo que seu amigo Ivan Goulart estava gravemente doente, decidiu então a ficar ao lado de seu amigo até o momento final, de vez que todos os esforços para salvá-lo foram inúteis, aprofundavam-se desse modo mais ainda esses laços fraternos.
" Em 1958, o Ivan morreu no meus braços."
"Pensei em deixar de voar", a tristeza o consumia.
  Foi então, que Jango disse: Maneco vai ficar comigo e pede demissão do teu emprego, Jango admirava o modo como Maneco trabalhava e se portava nas relações pessoais.
  Convencido a ficar residindo em São Borja, Manoel Soares Leaes se desligou da Hidraulica, estabelecendo-se naquele município como piloto e homem de confiança de João Goulart.

       MANECO e a POLÍTICA
  A decisão de permanecer ao lado de Jango foi acertada, sob a liderança de João Goulart presidente nacional do PTB - Partido Trabalhista Brasileiro, filiou-se ao Partido em 12/07/1951, concorrendo a vereador, sendo o mais votado em duas legislatura.
   O primeiro mandato em 31/12/1955, e o segundo em 31/12/1960.

                                         Manoel Leães, sendo empossado como vereador.

  Na condição de vereador, " foi o momento de homenagear meu grande amigo Ivan Goulart", na frente da Hidraulica havia um terreno do município e quando chovia formava-se uma lagoa, era um coaxar de sapos, que ficou conhecida pelo povo como Pracinha da Lagoa.
  Quando chegava um circo na cidade era ali que se instalavam, ou eram os ciganos com muita pompa, e vinham se abastecer em frente da Hidraulica.
  O projeto lei que Maneco enviou para Câmara de Vereadores, foi aprovado por unanimidade, e sancionado pelo prefeito Olvidio A. Batista da Silva, conforme lei 215/1959 art1°, passará a chamar-se Praça Ivan Goulart.

                                                      Praça Ivan Goulart.

   Durante o golpe militar, a placa colocada na Praça em homenagem a Ivan Goulart, foi arrancada e a trocaram de nome.

                       Manoeol Leães, assumindo sua 2° cadeira na Câmara de Vereadores.

Pela sua atuação foi eleito Presidente da Câmara de Vereadores de São Borja-RS, tendo inclusive nesta última condição, assumido o cargo de prefeito interino da cidade.

     Sentado o prefeito Florêncio Guimarães (E), Maneco discursa ao assumir a prefeitura de São Borja-RS.

   Manoel Leães presidente do clube de futebol Cruzeiro Esporte Clube de São Borja, estando presente ao jogo no estádio General Vargas- pai de Getulio Vargas, recepcionando os dirigentes do time visitante o Nacional de Porto Alegre.
    Antes do início do jogo, houve trocas de mimos entre os dirigentes.

                                      Manoel Leães (E), e o dirigente do Nacional de POA-RS.


                                            Na Granja São Vicente, Maneco (D),E João Vicente (E).

            Na Granja, Maneco (C),  Denise (D), João Vicente (E), em São Borja-RS.           

  



  



                                                                                      


                                                

                                                     
  
   


2 comentários:

NARA LEÂES disse...

saudade do meu tio.Nara Leâes.

yós disse...

Meu nome é Yolanda Calafange , filha de Geraldo Calafange e Circe Calafange (ambos falecidos) amigos do Maneco, da Odila e dos meninos. Gostaria de saber notícias deles. Não os vejo desde Brasília (onde morávamos e o papai trabalhava com o Jango.
Se alguém puder me mandar algum contato, ficarei MUITO agradeci.
ycalafange@gmail.com
Um abraço.

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Texto: Manoel Laquito



Blog: Cris Stanza (http://www.acasadojava.com.br/)